sexta-feira, 10 de julho de 2020

Biografia do ex-prefeito José Vicente de Paula




Nome: José Vicente de Paula
Nascimento: 01.11.1926
Natural: Glória do Goitá

Filiação: Francisco Vicente de Paula e
Sebastiana Josefa de Souza
Religião: católica

Aos dois anos de idade perdeu sua mãe e foi criado por sua tia Maria, irmã de seu pai, no sítio Lagoa Grande, com quem passou a sua infância, de quem recebeu educação, cuidados e amor. Adolescente foi morar no sítio Anaxis com seu pai e também com seus quatro irmãos: Santa, Arthur, João e Zezo, juntos se dedicaram ao plantio, cuidados com o sítio e animais. Ainda adolescente iniciou seus estudos na escola da professora Dona Mocinha, no sítio Malheiros, onde cursou o primário completo com bom domínio dos números.
Adulto, despertou cedo para o mundo dos negócios. Iniciou como feirante, comprando e vendendo farinha, feijão e milho no mercado de Glória do Goitá e nas feiras de bairros do Recife.
Revelou-se um comerciante nato, corajoso, determinado e muito trabalhador. Na alma e na veia já estava escrito a sua vitória e toda a sua história de realização e sucesso no mundo dos negócios.
Nos anos 50, casou-se no religioso na Matriz de Nossa Senhora da Glória com a gloriense Josefa Firmina da Silva (Finha). Dessa união foram presenteados com oito filhos: Maria José, José Maria, Milze, Severino (Novo), Geraldo, José Alberto (Betinho), Gilvan e Giseli. E também com dezenove netos.
A partir daí, tudo começou a dar certo em sua vida, tão presenteada e abençoada por Deus. Luzes acendiam nos seus negócios e trabalhos. Assim alcançou a sonhada e desejada  estabilidade financeira.
Logo presenteou a sua família com uma moradia confortável e também comprou a Fazenda Santa Terezinha, na estrada que dá acesso a Apotí, onde se dedicou a criação de gado e ao plantio de frutas. A Fazenda Santa Terezinha era o lugar preferido para seu lazer e descanso junto a sua família.
Querido, amado, respeitado e abraçado pelo povo de Glória, com quem estabeleceu um ótimo relacionamento, o Zé Vicente, da roça do sítio Anaxis, feirante, comerciante de farinha, sonhava alto. Assim lançou-se candidato a prefeito da cidade de Glória do Goitá, no ano de 1968.
A luz acendeu forte e a grande vitória lhe foi dada como resposta. Assim o matuto, feirante e comerciante do sítio Anaxis, em 31/01/1969 assume a administração da prefeitura da cidade de Glória do Goitá. Levado ao topo da sua glória, sucesso e história. Grato a Deus e ao seu povo pela sua vitória.
Em toda a sua trajetória política, o Zé Vicente, honesto, exemplar e dedicado, sempre respondeu ao povo de Glória com clareza e participação, com sua excelente administração.
Com pouco tempo do seu mandato já estava com seu secretariado em Brasília, para buscar recursos financeiros para serem utilizados na implantação do sistema de abastecimento de água encanada potável na cidade de Glória do Goitá. E não parou por aí, foram muitas as obras realizadas durante sua administração, com benefícios e melhorias para a infraestrutura da cidade.

Obras:

Em toda sua trajetória política, estabeleceu um bom relacionamento e articulação com os políticos em Brasília, que via nele, todo o interesse em levar o progresso para sua cidade e seu povo.
Em 1971 no seu mandato, presenteou os glorienses com água potável nas torneiras. A grande, desejada e esperada  inauguração aconteceu. Sendo uma das suas maiores obras e realizações, que marcou toda a sua trajetória política, frente à cidade de Glória do Goitá. Assim registrou um legado brilhante, de luta, trabalho, dedicação, compromisso, respeito e amor pela sua cidade, seu povo e sua terra natal.
Em 15/09/1973, ainda jovem , cheio de ideias para serem abraçadas, teve uma morte trágica, em um acidente de carro na BR 232, que liga Gravatá a Bezerros. Foi assim que o político José Vicente de Paula, com uma história e projeção brilhante, deu adeus a seus familiares, amigos, ao povo de sua terra  e a todo o seu futuro na política.
Seus exemplos, suas atitudes e caráter, acendem luzes de amor para vivermos essa eterna saudade.
Um de seu filhos, Geraldo Vicente despertou interesse pela política, e no ano de 1996 se lançou candidato a vereador de Glória do Goitá. Foi eleito em quatro mandatos e em um desses, foi eleito presidente da câmara. Assim perpetuou o legado político do seu pai e prefeito José Vicente de Paula.   

Por: Geraldo Vicente.


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Imagens da construção da escola Castelo Branco do distrito de Apotí

Imagens da construção da escola castelo Branco, localizada no distrito de Apotí e foi construída pelo prefeito José Vicente.

Imagem Inédita da Obra da Rua Davi Pereira do Rosário em frente a Igreja Matriz de Nossa Cidade

Imagem Inédita da Obra da Rua Davi Pereira do Rosário em frente à Igreja Matriz de Nossa Cidade, feita na gestão de José Vicente.

Imagem Inédita do Coronel Manuel Pessoa de Luna, ex-prefeito de Glória do Goitá Construtor do Atual Museu do Mamulengo

Imagem Inédita do Coronel Manuel Pessoa de Luna, 4° prefeito de Glória do Goitá durante o período de (1912-1915), construtor do antigo mercado de farinha, atual Museu do Mamulengo.
Manuel Pessoa de Luna nasceu em 17 de junho de 1863 e morreu em 23 de Março de 1946.

Um Passado de Glória

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Biografia da Ex-prefeita Fernanda Dornelas Câmara Paes (Dona Fernanda)


 Fernanda Dornelas Câmara Paes nasceu em Recife no dia 25 de janeiro de 1939. Filha de Luís Gonzaga Dornelas Câmara (coletor) e Lídia Dornelas Câmara (Funcionária dos Correios), possui apenas uma irmã, Gilda Borrella Dornelas Câmara. Aos 5 anos de idade foi morar no município de Glória do Goitá, interior de Pernambuco, onde fez da sua vida uma missão de fazer o bem aos que mais necessitavam.
    Estudou na escola Nossa Senhora das Graças (Damas), em Vitória de Santo Antão, casou-se aos 16 anos com o viúvo Gloriense Djalma Souto Maior Paes com quem teve 6 filhos, Djalma Paes, Roberto Paes, Adriana Paes, Silvana Paes, Normando Paes, e Fernando Paes. Em Glória do Goitá, fazia tudo o que podia, criava galinhas, vendia ovos e também ajudava o marido no Cartório de Protesto em Recife como escrevente.
  Em 1964 mudou-se com toda sua família para o Recife para oferecer melhores condições de estudos para os seus filhos. Seu marido assumiu o 1° Cartório de Protestos da capital, e Fernanda passou a função de substituta do Cartório.
   Reconhecida pelo trabalho social em Glória do Goitá, Dona Fernanda mantinha a creche Nossa Senhora Auxiliadora com mais de 200 crianças beneficiadas, gerando também mais de 20 empregos. Ergueu o Hospital Djalma Paes com o salário que recebia como prefeita, construiu o Santuário Mãe Rainha e doou cerca de 1.800 casas a população daquele município.
   Em Glória do Goitá Dona Fernanda construiu um grande legado político, ficando conhecida como a “Mae dos Pobres”, pois passou a ajudar os mais carentes. Criou uma escola em Apotí, (Distrito de Glória) e outra em Glória do Goitá para alfabetizar as crianças carentes, nunca deixou de ajudar aqueles que lhe procuravam com problemas diversos. Pagava viagens para pessoas que queriam tentar a vida no Sudeste do pais e por vários anos manteve com ajuda do filho, o então deputado Djalma Paes, uma Clínica Medica com oftalmologista, parteiras e outras especialidades.

    Recebeu durante sua vida diversos títulos como cidadã Vitoriense, Recifense e a medalha José Mariano entregue pela Casa Legislativa do Recife em reconhecimento as suas ações em prol da população mais carente. Djalma Paes, seu marido, tinha o sonho de ser prefeito do município, mas não conseguiu realizar esse sonho, então Dona Fernanda um pouco antes da morte de Dr. Djalma Paes conseguiu realizar o sonho do marido se elegendo prefeita do município. Foi a primeira mulher prefeita de Glória do Goitá e consecutivamente durante dois mandatos todos os políticos apoiados por Dona Fernanda se elegeram na cidade. Em uma única oportunidade perdeu a eleição dando apoio a um candidato. Para se ter a ideia do peso político de Dona Fernanda, Glória do Goitá foi a única cidade do Brasil em que Ulisses Guimarães ganhou para presidente.
   “Meu pai tinha o sonho de ser prefeito e ela foi prefeita para fazer o que ele tinha sonhado”, contou Djalma, cujo pai, já falecido, Djalma Souto Maior Paes, foi vereador, presidente da câmara de Glória do Goitá e chegou a assumir a prefeitura por um período. Desde 1960 o patriarca apoiava o ex-governador Miguel Arrais (PSB), para quem organizava comícios naquela região. Em época conturbada do movimento das ligas camponesas Dona Fernanda assustada, temendo pela vida do marido pediu a ele que deixasse a política.

   Anos depois, no retorno de Arraes do exilio, Dr. Djalma pediu uma audiência com o ex- governador e prometeu trabalhar por ela da mesma forma. Ao perceber que o marido sentia-se frustrado longe da política e, em uma cadeira de rodas, não tinha mais condições físicas de arcar com o compromisso Fernanda decidiu apoiar o Sr. José Cicilliano de Vasconcelos Júnior que foi eleito o 25° prefeito de Glória do Goitá (1989-1992) e foi quando o filho Djalma também entrou para a política em 1986.
   Seu salário de prefeita era todo revertido em compras de cestas básicas para a ´população carente. Em cada canto da cidade se vê uma obra feita por ela. Dezenas de ruas calçadas com seu próprio dinheiro. Ela como governante via a falta de condições que uma prefeitura do interior tinha para cuidar de sua gente, então sempre investiu em obras na educação, cultura, saúde, hospital, cemitério, capelas, praças, moradias, pavimentação da cidade, eventos, escolas, creches com recursos próprios. Elegeu seu filho prefeito em 2008 que com orgulho tinha a mãe como vice, era um grupo político com duas prefeituras o filho a frente do poder executivo e ela a frente do seu poder de mãe de Glória suprindo as necessidades do povo.
   O santuário Mãe Rainha, que é alvo de muita peregrinação dos católicos, foi construído por ela com recursos próprios em agradecimento a uma promessa alcançada.
   Fernanda foi sempre muito respeitada por sua conduta ética e amor ao seu povo. Em 1982 passou a ser titular do Cartório de Protesto (1°Oficio da Capital), onde permaneceu até o seu último expediente dia 17 de dezembro de 2010.
   Ao contarmos as pessoas de outras cidades que conhecemos, dos benefícios que ela fez pelo povo, todos sentem a necessidade de ter uma prefeita Mãe, assim como os Glorienses tiveram. Foram anos de alegria, de investimento na cultura na inauguração do Memorial do Mamulengo, escolas sempre organizadas com merenda, bandas de música, hospital com médicos. Via-se a alegria no olhar dos mais carentes e foi neste mesmo olhar que vimos a tristeza no dia em que os Glorienses ficaram órfãos. O povo parou e foi receber o corpo de Dona Fernanda na entrada da cidade. Não acreditavam que aquilo era verdade, eram sonhos que morriam. Olhavam-se uns aos outros e se perguntavam o que vai ser de Glória? Festeira, dona Fernanda gostava sempre de ver o povo alegre, já havia contratado bandas para tocar no seu aniversário e um grande bolo para todos os seus amigos e amigas de glória.
“Fernanda É Glória, Fernanda Paes, sem Fernanda não tem Glória, por glória só Fernanda FAZ”. (refrão da música de campanha de 1996)
A MÂE DOS POBRES
    
Conhecida como “a mãe dos pobres” a ex-prefeita de Glória do Goitá (1997-2004), Fernanda Dornelas Câmara Paes, faleceu no dia 20/12/2010, após sofrer duas paradas cardíacas. Ao sofrer o primeiro o primeiro infarto, por volta das 8h, ela foi socorrida e conseguiram reanimá-la, mas não resistiu a segunda vez, perto das 9h30. O enterro foi realizado as 10h do dia 22/12/2010, no cemitério Santo Urbano, em Glória do Goitá, onde encontra-se o tumulo da família. Dona Fernanda completaria 75 anos no dia 25 de janeiro, a matriarca de Gloria sofria de apneia do sono e diabetes, fatores que agravaram seu estado de saúde, segundo explicou seu filho e prefeito do município, Djalma Paes (PSB).
    Até as 17h do dia 21/12/2010, o velório transcorreu na casa onde Dona Fernanda morava no Recife, na Avenida Rosa e Silva, nos aflitos. Depois o corpo seguiu para Glória do Goitá, onde os moradores aguardavam na entrada da cidade com faixas e cartazes em sua homenagem, apesar de residir na capital pernambucana, Fernanda frequentava semanalmente a cidade do agreste para monitorar o funcionamento no posto de gasolina e da cerâmica de sua propriedade, segundo contou Antônio Francisco, conhecido como Toinho do Chalé que trabalhou durante mais de 20 anos com Dona Fernanda.
    “mesmo numa cadeira de rodas, ela não parava. Tinha uma personalidade muito inquieta. Além de liderança política, tinha preocupação especial com a família. Toda quinta-feira fazia um almoço para toda a família na sua casa em Glória e por conta disso foi personagem de uma reportagem do Globo Repórter. Era lúcida, muito alegre e gostava de muita festa”, recordou Djalma.
    Fernanda deixou seis filhos, Silvana, Djalma, Roberto, Fernando, Adriana e Normando, 18 netos, dois bisnetos e muita saudade em toda a população de Glória do Goitá.

Por Lucas Correia

terça-feira, 7 de julho de 2020

Ernesto e ‘Té Lopes’: exemplos de liderança empresarial, de pai para filho

Todo e qualquer ambiente próspero um dia foi passível de planejamentos. A Glória do Goitá de hoje – desenvolvida, próspera e industrializada, contou com a participação direta e destemida de alguns filhos honrosos. O renomado comerciante Ernesto Lopes e seu filho, o empresário ‘Té Lopes’ figuram na paginação histórica como baluartes que agregaram esforços em prol do bem comum.              
Ernesto Lopes de Vasconcelos nasceu no sítio Pau D’Arco, zona rural de Glória do Goitá no ano de 1902. Seus pais, Joaquim Lopes de Vasconcelos e Josepha Vasconcelos comercializavam farinha bruta, o que era bastante comum entre os agricultores que possuíam fazendas e engenhos no município. No ano de 1923, veio residir no centro da cidade quando se casou com dona Maria Rosa Alves de Vasconcelos. Estabeleceu residência na Rua Cleto Campelo, onde, ali iniciou um empreendimento tendo em vista a necessidade da população. Surge, daí, uma mercearia que dispunha dos mais diversos produtos e itens de utilização social. A “venda de seu Ernesto” como sempre foi conhecida, marcou profundamente as crianças e adolescentes da época que tinham a oportunidade de comprar chocolates guloseimas em quantidade mínima, devido à escassez que era tão evidente. Além disto, possuía muitas terras na zona rural, onde permitia que os provedores de famílias carentes usufruíssem das suas terras, inclusive com plantações para sustentarem suas respectivas famílias. Foi um homem que viveu para a família e amigos próximos; sempre colaborador, viveu os seus dias ajudando o próximo. Em 15 de agosto de 1973, faleceu deixando a população profundamente sentimentalista. Teve uma família numerosa, 19 filhos, sendo que 8 destes faleceram ainda recém nascidos, sobrevivendo os 11 restantes, a saber: Maria Oliete, José Lopes, Ivonete (Zetinha), Antônio Manuel, Livonete (Nanete), Luzinete (Lú), Antônio Ernesto (Nanã), Severino José, Elizete, Odete e Adilson Antônio.        
O seu filho primogênito José Lopes de Vasconcelos (Té Lopes), porém, se dedicaria ao ramo empresarial com bastante firmeza e dedicação. Nascido também em Glória, em 12 de outubro de 1928, ‘’, como de forma carinhosa era tratado, desenvolveu um projeto empresarial bastante consistente. Enquanto as únicas formas de transporte se resumiam em cavalos e alguns poucos carros, ele dispondo de condição estável adquiriu uma frota organizada, composta por ônibus, rurais e jipes modernos, à época. Obedecendo a metodologia organizada por ele, os diversos funcionários da Alta Viação Gloriense bem se destacavam quanto à realização dos trabalhos diários, fazendo com que a instituição se destacasse em âmbito local e estadual, atendendo também as cidades de Vitória de Santo Antão, Jaboatão e Recife. Casado com dona Olga Ribeiro de Vasconcelos, teve 5 filhos – Teones, Luciano, Maria Inês, Marcelo e José Inaldo. Foi um ótimo pai, filho, e amigo de todos que o conheciam. Faleceu jovem, aos 35 anos, em 1964, vítima de uma rara doença.
A empresa já não existe; sua vida como uma ceifa também foi colhida, entretanto a memorável lembrança de um jovem autêntico, sério e empreendedor permanecem ativamente ligadas à história do município que por décadas foi servido, amado e zelado pela família Lopes de Vasconcelos.

Por: Luciano Vasconcelos Júnior.